A conduta do homem sempre foi uma preocupação da filosofia, pelo que várias correntes de pensamento foram sendo desenvolvidas, visando apresentar uma forma adequada acerca de como o homem deve viver.
Para tanto foi sugerido que uma conduta só pode ser adequada se ela possibilitar ao indivíduo que ele alcance os seus objetivos; esse é o caso do pragmatismo, onde o que importa é o resultado prático e eficiente. Outros, porem, defenderam que viver bem tem haver com viver de forma que suas atitudes beneficiem o maior número de pessoas possível; este foi denominado utilitarismo; sem contudo, deixar de ser uma forma do pragmatismo, contudo não sendo egoísta, pois não se pensa em si apenas, mas no maior grupo de indivíduos.
Ainda houve quem sustentou que viver acertadamente é viver fazendo aquilo que é essencialmente certo, independentemente do resultado. É o dever pelo dever; um tipo de conduta que em tese poderia ser adotada de forma universal. Este é o imperativo categórigo de Kant. Entretanto, temos ainda a ética cristã, cujo conceito de se viver de forma correta é viver em conformidade com a vontade de Deus.
Quando consideramos o aborto à luz da ética cristã, todas as possíveis argumentações inerentes aos outros posicionamentos ético-filosóficos, devem ser desconsiderados, pois nada pode suplantar a autoridade das Escrituras Sagradas neste posicionamento ético-filosófico.
Para o pragmatismo o aborto seria algo normal, pois o que importa é o bem estar da mãe; para o utilitarismo, que considera o maior número de pessoas envolvidas que podem ser beneficiadas, também seria fácil apoiar o aborto, visto que, seria um alívio não apenas para a mulher gestante, mas para toda a sua família. Talvez um adepto da deontologia kantiana comprasse a ideia defendida pela ética cristã, entendendo não ser correto tirar a vida de um ser indefeso.
O que podemos concluir é que à luz das Escrituras, não resta dúvidas, de que a vida é um dom de Deus, que começa no ventre materno, e que só o criador tem o direito de interferir ou interromper seu desenvolvimento, sendo que, aqueles que movidos pelo seu ego tiverem a petulância de agirem como se fossem Deus, tirando a vida de um bebê, certamente receberão a justa recompensa de tamanha crueldade praticada contra tão pequeno ser inocente.
Extraído do livro "O Aborto à Luz da Ética Cristã" - Uma discussão filosófico-teológica acerca do assunto, de Patrick Antonio Rosa.