Gênesis 17.1
“[...] Eu sou o Deus todo-poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”.
1 Crônicas 29.11
“Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade [...]”.
Salmos 21.13
“Exalta-te, Senhor, na Tua força! Nós cantaremos e louvaremos o Teu poder”.
Um Deus plenamente soberano também tem que ser plenamente onipotente, doutra forma como já vimos antes, seus propósitos não passariam de meras aspirações como as dos homens, sem nenhuma certeza de que viriam se cumprir.
De que adiantaria decretar uma determinada coisa sem ter o devido poder para realizá-la? Como poderíamos crer na ressurreição, no arrebatamento da igreja, no juízo final e em tantas outras promessas se Deus não tivesse todo o poder para realizar o Seu desígnio?
Sendo assim a onipotência é inteiramente inerente e necessária à soberania de Deus, sendo indispensável possuir todo poder para executar Sua soberana vontade.
Antes de prosseguirmos como assunto, entendo ser preciso definirmos melhor a palavra onipotência. Louis Berkhof definiu a onipotência de Deus como a perfeição do Seu ser pela qual Ele é a causalidade absoluta e suprema¹.
De acordo com o Dr. Geisler, etimologicamente, onipotência denota que Deus tem poder ilimitado, pois a palavra se deriva de “oni” que significa “todo”, e “potente” que significa “poderoso”².
Esta doutrina pode ser vista claramente no texto Sagrado, pois foi desta forma que Deus se apresentou ao patriarca Abraão, dizendo: “Eu sou o Deus todo-poderoso”, (Gn 17.1), no hebraico “El Shaday”.
O dicionário Vine traduz “El Shaday” por “Deus Altíssimo”, observando que as vezes esse termo é usado como sinônimo do nome próprio de Deus (Jeová ou Javé), para enfatizar Seu poder e Sua força de forma característica³.
A Bíblia dá testemunho da onipotência divina a partir de algumas evidências que vamos analisar aqui:
1 – O Senhor criou tudo a partir do nada.
O Deus da Bíblia é aquele que chamou todas as coisas à existência simplesmente com o poder da Sua palavra, e a partir do nada elas vieram a existir. Em Gn 1.1 lemos a fantástica narrativa que nos mostra essa verdade:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra”.
Os gramáticos da língua hebraica (idioma em que o AT foi escrito originalmente) observam que o verbo bãrã’ traduzido por “criou”, possui um profundo significado teológico que não pode ser percebido na tradução da Bíblia em nosso idioma.
Os comentaristas do Dicionário Bíblico Expositivo Vine, afirmam acerca do verbo bãrã’ que:
"[...] esta palavra é de profundo significado teológico, visto que só Deus é o sujeito deste verbo. Somente Deus pode criar no sentido implicado em bãrã’. O verbo expressa criação do nada” 4.
Ralph L. Smith reforça essa mesma ideia em sua Teologia do Antigo Testamento, afirmando que:
"[...] quando bãrã’ é empregada no sentido de criar, o sujeito é sempre Deus. Falar de um ser humano criando, com o uso de bãrã’ soaria blasfemo no Antigo Testamento”5.
É indubitavelmente notável o avanço científico e tecnológico em todos os âmbitos da humanidade, entretanto por mais que os cientistas se esforcem, o máximo que podem chegar a fazer é criar coisas a partir do que já é existente, ou seja, da matéria prima criada por Deus pelo poder da Sua palavra. Tudo quanto se atribui ao homem como sua obra criativa, na verdade não passa de uma mera invenção desenvolvida a partir de uma matéria já existente que fora criada por Deus. Mas o Deus que se revela a nós na Sua bendita Palavra é aquele que tudo fez a partir do nada, ou seja, sem nenhuma matéria pré-existente. Ele, e só Ele detém todo poder, nos céus e na terra, e não há outro! Essa foi à razão pela qual o Senhor questionou Sara quando esta riu duvidando de Sua palavra:
“Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil” (Gn 18.14)?
Por isso o Senhor Deus, o Soberano inquiriu dizendo:
[...] “operando Eu, quem impedirá” (Is 43.13)?
O Deus das escrituras não conhece limites para o Seu incalculável poder, como expressou o anjo Gabriel à jovem Maria:
“Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as Suas promessas” (Lc 1.37).
Que diferença do deusinho formado pela imaginação dos pregadores que ensinam a teologia do processo! O deus deles sem dúvidas é muito parecido com eles mesmos, pois esse suposto deus se supera dia após dia, se desenvolvendo com o mundo e sob a influência dele6.
Que coisinha mais fofa! Dá até vontade de apertar a bochechinha, de tão pequenininho que é esse deus!
O deus proposto pela filosofia religiosa dos defensores da teologia do processo não pode ser em hipótese alguma o Deus da Bíblia que tudo faz segundo a Sua soberana vontade, executando tudo com o seu implacável poder. O deusinho deles não é onipotente e nem eterno, pois segundo eles, esse deus possui ideais ainda a serem concretizados.
Nem é preciso se fazer um exame de DNA para saber que esse pequenino deus foi gerado pela imaginação de seus próprios pregadores, pois a semelhança está na cara!
Assim como os adeptos da teologia do processo, esse deus apresentado por eles, também possui sonhos a serem alcançados, e quem sabe, se Deus quiser podem vir acontecer!
É muito triste saber que os principais seminários protestantes e faculdades de teologia em universidades dos Estados Unidos e do Canadá, adotaram a teologia do processo como principal ênfase e abordagem, pois como observou Roger Olson:
[...] a teologia tradicional dizia: “O homem propõe, mas Deus dispõe”; a teologia do processo diz: Deus propõe, mas o homem dispõe”7.
Infelizmente muitos cristãos estão cultuando a esse deus imaginário, sem se dar conta de que estão cometendo uma grande idolatria, servindo a um deus que nem de longe pode ser comparado ao único e verdadeiro Deus revelado nas escrituras.
Todavia louvo ao Soberano Senhor que se revelou a nós através da Sua bendita, infalível e imutável palavra, estando infinitamente acima dos deuses imaginários do coração humano, pois Ele sim possui todo poder, e não conhece limites para o Seu agir, como disse Jesus:
“Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus” (Lc 18.27).
Glória a Deus, ao Deus das escrituras, que tudo criou, e tudo mantém pela palavra do Seu poder como nos mostra o escritor da carta aos hebreus:
“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder” [...] (Hb 1.3).
2 – Ele tem todo poder sobre a saúde do homem.
As doenças sempre constituíram-se verdadeiras vilãs para o homem, trazendo muito sofrimento e dor, sendo responsável pela perda da paz. Por conta disso, desde os tempos mais remotos o homem vem lutando contra elas de forma incansável, perseguindo o sonho de erradicá-las. Entretanto mesmo com todo avanço na área da medicina isso ainda continua não passando de um sonho distante.
A ciência médica tem alcançado a cura de várias doenças que num passado não muito distante poderia ser letal, como a febre, que hoje é vista como algo muito simples.
Com certeza a ciência tem dado passos consideráveis, mas ainda hoje em pleno século XXI existem doenças que a medicina não conseguiu encontrar a cura, apresentando apenas tratamentos paliativos.
Com isso, apesar de todos os recursos da medicina, muitas pessoas desenganadas pelos médicos, tem recorrido ao Deus que tem todo poder sobre a saúde do homem, e tem encontrado a cura, que para a medicina é algo inexplicável.
Muitos céticos tem alegado que não há evidências empíricas da ocorrência de milagres, no entanto isso só é verdade porque não há interesse algum em comprová-los, pois os milagres acontecem todos os dias.
O Deus das escrituras é o arquiteto e executor de toda estrutura humana, conhecendo-o na sua totalidade, e por isso para Ele é tudo muito simples.
Ele curou certa mulher que sofria de uma hemorragia há doze anos (Lc 8.43-48), os médicos não puderam ajuda-la, na verdade ninguém mais pode, mas o Deus soberano e onipotente da Bíblia restaurou a saúde daquela mulher por completo, sem meios paliativos, e como ela muitos outros foram também agraciados pelo agir desse poderoso Deus.
Ele não mudou, continua operando com o mesmo poder no século XXI, só precisamos conhecê-lo tal qual Ele é, como “O Todo Poderoso”, foi assim que essa mulher viu a Jesus, a exata expressão de Deus, pois ela dizia consigo mesma:
[...] “Se eu apenas lhe tocar a veste, ficarei curada”. (Mt 9.21)
De igual modo, o centurião romano também entendeu quem de fato é o Deus das escrituras, pois ao apresentar a necessidade de seu criado, imediatamente Jesus se prontificou a ir curá-lo, porem ele disse:
[...] “Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado” (Mt 8.8).
Esse é o Deus da Bíblia, aleluia!
Ele não precisa de peças de roupas, copos com água, nem nenhum outro objeto para realizar o impossível, Ele opera todas as coisas simplesmente pela palavra do Seu poder.
Que gozo é saber que as minhas provações tem prazo de validade, e que basta uma palavra do meu Deus para o milagre acontecer, glória a Deus, aleluia!
3 – Ele tem todo poder sobre a vida e a morte.
“Que homem há, que viva e não veja a morte” (Sl 89.48a).
Essa é a pergunta que não quer calar! Desde os primórdios, a morte tem sido a grande vilã que insaciavelmente assola a humanidade.
Ela é imparcial, não possui preferência, não faz discriminação de cor ou raça, nem de classes sociais, pode ser rico ou pobre, um grande empresário ou um catador de latinhas, ela não se importa.
Ela é implacável, no dado momento não há como escapar. Na verdade a maior certeza que um homem pode ter no decorrer dessa vida terrena e passageira, é que um dia irá morrer.
Bem que a ciência tem se esforçado, mas ela, a morte, continua implacável diante dos homens. No entanto, isso não é assim em relação a Deus, ao Deus das escrituras, pois afinal Ele é o autor da vida, como afirmou Jesus: “Eu sou a vida”, (João 14.6c).
Quem é a própria vida exerce domínio também sobre a morte, uma vez que esta é a cessação dela, que está em posse de suas mãos.
A Bíblia narra sobre uma mulher chamada Ana, casada com Elcana, que possuía outra esposa, o que não era aprovado, mas tolerado por Deus naquele tempo.
A outra esposa de seu marido, Penina, acabou por constituir-se em uma rival, que a afrontava (1 Sm 1.6), porque enquanto ela gerava filhos Ana era estéril.
Mas Ana buscou ao Deus das escrituras, “O Todo Poderoso”, que lhe atendeu, fazendo com que ela concebesse um menino a quem chamou de Samuel.
Ana buscou ao Deus da Bíblia porque estava convicta do excelso poder que pertence a esse Deus, até mesmo sobre a vida e a morte.
A benção recebida do Seu Deus lhe trouxe tamanha alegria que ela não conteve suas palavras, e adorou ao poderoso Senhor, reconhecendo a Sua soberana magnitude, dizendo:
“O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer a sepultura e faz subir” (2 Sm 2.6).
Que consolo, que alegria, saber que a minha vida está aos cuidados desse Deus tão tremendo! Que benção é conhecer e pertencer ao Deus das escrituras, que detém em Suas mãos o meu fôlego de vida!
Como é bom saber que eu e aqueles a quem amo só partiremos quando o Senhor quiser, na Sua vontade diretiva ou permissiva.
Que diferença há entre o Deus das escrituras e o deus da teologia do processo, pois o deusinho deles nada mais é do que um companheiro no sofrimento do homem, porem totalmente alheio, àquilo que acontece, mas o Deus das escrituras é aquele que tem domínio pleno sobre nosso fôlego de vida, permitindo ou não tanto a morte quanto a vida.
Nesse Deus eu posso confiar, ainda que não entenda o porquê, e na verdade não tenho que entender, mas sim crer, pois além de “Todo Poderoso” como já vimos antes Ele também é “Todo Sábio”. Por isso posso descansar tendo em vista que tudo quanto o Deus das escrituras fizer ou permitir na minha vida será para meu crescimento espiritual, e redundará em grande benção, pois afinal:
[...] “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito”, (Rm 8.28).
A esse Deus seja a glória!
4 – Só Ele tem poder sobre a natureza.
A força da natureza sempre foi temida por todos os povos. Os navegantes que o digam, pois enfrentavam a fúria do mar com suas ondas avassaladoras. O salmista falou acerca deles como que “se derretendo em angústias” diante do vento tempestuoso do mar que assolava a embarcação (Sl 107).
Com toda certeza, o cenário deveria ser assustador, pois ver os relâmpagos, as bravas ondas e o vento forte que balançava a embarcação quase ao ponto de naufragar, sem dúvidas era uma situação angustiante.
O homem tem a tendência de se achar sempre o dono da situação, um sentimento maligno de se sentir autossuficiente, mas diante de tais acontecimentos como, tempestades, terremotos, furacões, enfim, fenômenos que fogem do seu controle, ele se sente impotente e entra em desespero.
Em nossos dias temos um notável avanço científico e tecnológico nessa área, tornando possível uma previsão de tempestades e outros fenômenos. Todavia não há nada que se possa fazer para conte-los.
Na verdade, ter uma previsão não traz nenhuma tranquilidade, ao contrário, pois embora diminua os riscos, a previsão antecipa a preocupação. O fato é que todo avanço tecnológico não soluciona a questão, pois ainda que se possa ter algum conhecimento sobre possíveis eventos climáticos, o homem não possui nenhum domínio sobre eles. Assim a humanidade continua totalmente impotente face as catástrofes que podem ocorrer.
Por conta dessa fragilidade humana, desde a antiguidade, muitos povos adoravam elementos da natureza acreditando serem eles os responsáveis pela ordem de acontecimentos climáticos no mundo.
Samuel Schutz, diz que o antigo Egito era uma terra de muitos deuses da natureza, representados por animais e pássaros. Havia também as chamadas divindades cósmicas, que eram personificadas pelas forças da natureza. A fertilidade do solo e dos animais, a vitória ou a derrota, as inundações do vale do Nilo, e todo o fator que afeta o bem-estar desta vida era atribuído a alguma divindade8. Com base nessa crença, Faraó questionou:
“Quem é o Senhor para que eu ouça a sua voz, e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei Israel partir” (Ex 5.2).
Mas o Senhor propôs mostrar-lhe quem Ele é, ou seja, “o controlador” dos supostos deuses egípcios, que eles confiavam:
“Mas deveras para isto mantive, para te mostrar o meu poder” [...] (Êx 9.16a).
O Deus das escrituras estava dizendo através das pragas: “Eu tenho poder sobre os deuses do Egito”!
Na verdade Faraó não foi o primeiro a experimentar o domínio poderoso do Senhor sobre a natureza, pois a posteridade de Adão também contemplou o governo soberano desse Deus, que julgou os pecados deles trazendo o dilúvio, livrando somente Seu servo Noé com sua família:
“Eu trago dilúvio sobre a terra, para destruir tudo o que tem vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará” (Gn 6.17).
O Deus das escrituras também é o responsável pelas tempestades no mar, fazendo-as levantar e acalmar:
“Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas, esses veem as obras do Senhor e as Suas maravilhas no profundo. Pois Ele manda, e se levanta o vento tempestuoso, que eleva as suas ondas. Sobem aos céus, descem aos abismos, e a sua alma se derrete em angústias. Andam e cambaleiam como ébrios, e esvai-se lhes toda a sua sabedoria. Então, clamam ao Senhor na sua tribulação, e Ele os livra das suas angústias. Faz cessar a tormenta, e acalmam-se as ondas” (Sl 107.23-29).
Aleluia! Esse é o Deus das escrituras! O Deus todo poderoso, que abriu o mar vermelho para o Seu povo atravessar em terra seca:
“Então, Moisés a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas” (Ex 14.21).
O sucessor de Moisés, Josué, também testemunhou o domínio sobrenatural do Senhor, atravessando a seco o rio Jordão, juntamente com todo o Israel:
“Porem os sacerdotes que levavam a arca do concerto do Senhor pararam firmes em seco no meio do Jordão; e todo o Israel passou em seco, até que todo o povo acabou de passar o Jordão” (Js 3.17).
O único e verdadeiro Deus ainda demonstrou Sua onipotência soberana prolongando um dia:
“[...] o sol, pois se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro” (Js 10.13b).
Que Deus tremendo é esse Deus que se revela nas páginas da Bíblia Sagrada! Indubitavelmente, essa foi a razão do grande espanto dos discípulos ao contemplarem o soberano poder de Jesus que domina sobre os ventos e as ondas do mar:
[...] “Quem é este, que até aos ventos e a água manda, e lhe obedecem” (Lc8.25b)?
O Deus das escrituras é o Senhor de toda a natureza, por isso o salmista a conclama a adorá-lo:
“Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o céus dos céus, e as águas estão sobre os céus. Louvai ao Senhor desde a terra, vós baleias e todos os abismos, fogo e saraiva, neve e vapores e vento tempestuoso que executa a Sua palavra; montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; as feras e todos os gados, répteis e aves voadoras” (Sl 148.3,4,7,8,9,10).
Posso descansar aos cuidados desse Soberano Deus que se revela a mim na Sua bendita palavra, pois domina todas as coisas, nada foge ao Seu controle, detendo poder sobre tudo e todos, até a natureza e todas as coisas por Ele criadas, não caindo uma só folha de uma árvore sem sua soberana permissão!
5 – Só Ele tem domínio sobre o mundo espiritual.
Embora muitos não creiam, os seres espirituais são tão reais quanto os seres humanos, distinguindo-se apenas que seres humanos e coisas materiais podem ser vistos e apalpados, enquanto que os seres espirituais são invisíveis aos olhos, e não podem ser tocados.
A Bíblia nos fala de certos seres espirituais que são chamados de anjos, sendo designados por Deus para ministrarem ao nosso favor (Hb 1.14).
Mas a Bíblia também nos mostra a existência dos demônios, que são anjos caídos que se rebelaram junto com satanás, antes chamado de Lúcifer, que significa “fonte de luz” (Is 14.12; Ap 12.4,9).
O Deus da Bíblia atesta Sua soberana onipotência exercendo domínio sobre o mundo espiritual, onde os seres angelicais ou demoníacos lhe prestam adoração e obedecem-no. Essa verdade é bem clara nas escrituras, como podemos ver nos textos a seguir:
“Os serafins estavam acima d’Ele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto e com duas cobriam os pés, e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está cheia da Sua glória” (Is 6.2,3).
“Então, o diabo o deixou; e eis que chegaram os anjos e o serviram” (Mt 4.11).
Os anjos adoram e servem ao Deus das escrituras, sendo extremamente submissos à Sua soberana vontade, e os demônios não são diferentes, pois gostando ou não, eles não podem fugir a este princípio:
“E saindo Ele do barco, lhe saiu logo ao Seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo. E quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. [...] E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos” [...], (Mc 5.2,6,13).
Para quem serve a esse Deus soberano e onipotente não há o que temer, pois temos anjos que trabalham continuamente ao nosso favor sob o Seu controle, e satanás e seus demônios não passam de seres limitados por Ele, só podem ir até onde o soberano Deus permitir, como na vida de Jó:
“E disse o Senhor a satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa porém a sua vida” (Jó 2.6).
Por isso, mesmo em meio a tamanho sofrimento, Jó não perdeu a sua fé, sabendo que o seu Deus estava no controle da situação. Jó não deu ibope para satanás, mas atribuiu tudo ao controle soberano de Deus, dizendo:
“Ainda que Ele me mate, n’Ele esperarei” (Jó 13.15).
Que segurança há para os que pertencem ao Deus das escrituras! Como é bom saber que até mesmo as investidas de satanás contra nossas vidas não fogem ao controle soberano do Senhor!
Que diferença há entre o Deus das escrituras e o deus de certos pregadores neopentecostais, que gastam mais tempo falando do diabo do que do único Senhor!
Se estou nas mãos do Deus todo-poderoso, não tenho o que temer, nem me preocupar com demônios, pois estes só irão até onde o Senhor permitir, e o Anjo do Senhor está acampado ao meu redor (Sl 34.7), e maior é o que está em mim do que o que está no mundo (Jo 4.4).
Para concluir sobre a onipotência do soberano Senhor das escrituras, quero fazer uso das sábias palavras de Jonathan Edwards, citadas por Norman Geisler:
“Na realidade, Deus é o juiz supremo do mundo. Ele tem poder suficiente, para defender Seu próprio direito. Como Ele tem o direito que não pode ser disputado, assim tem o poder que não pode ser controlado. Ele é possesso de onipotência, com a qual mantém o Seu domínio sobre o mundo; e Ele tem domínio no mundo moral como também natural9”.
Aleluia! Toda glória seja dada a esse Deus!
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¹Berkhof, Lois, Teologia Sistemática Cap. VII pág. 76, Cultura Cristã, 3ª edição Revisada, São Paulo, SP, 2007.
²Geisler, Norman, Teologia Sistemática vol. 1, Cap. VII pág. 683, CPAD, 1ª edição, Rio de Janeiro, Rj, Brasil, 2010.
³Vine, W. E.; Unger, Merril F.; Jr, Willian White, Dicionário Vine, pág. 95, CPAD, 1ª edição, 2002, Rio de Janeiro, Rj, Brasil.
4Vine, W. E.; Unger, Merril F.; Jr, Willian White, Dicionário Vine, pág. 88, CPAD, 1ª edição, 2002, Rio de Janeiro, Rj, Brasil.
5Smith, Ralph L., Teologia do Antigo Testamento, pág. 171, Vida Nova, São Paulo, SP, 1ª edição 2001, reimpressões 2002, 2005, 2007.
6Olson, Roger, História da Teologia Cristã, pág. 617, Vida, São Paulo, SP, 1ª edição 2001, 6 reimpressão abr. 2009.
7Olson, Roger, História da Teologia Cristã, pág. 618, Vida, São Paulo, SP, 1ª edição 2001, 6 reimpressão abr. 2009.
8J. Schultz, Samuel, A História de Israel no Antigo Testamento, pág. 45, Vida Nova, São Paulo, SP, 1ª edição 1977, reimpressões 1980, 1984, 1986, 1988, 1990, 1992, 1995, 1998, 19982, 1999, 2000, 2001, 2002, 2004.
9Geisler, Norman, Teologia Sistemática vol. 1, Cap. VII pág. 689, CPAD, 1ª edição, Rio de Janeiro, Rj, Brasil, 2010.
Extraído do livro "O Deus das Escrituras", de Patrick Antonio Rosa (2ª Edição).